Mel Randev Gutiérrez obterá o primeiro diploma não-binário que será entregue pela Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social da Universidade de La Plata (UNLP), e o primeiro na Argentina.
Em uma publicação no Instagram, Mel Randev Gutiérrez compartilhou nas redes sociais sobre como conquistou o primeiro diploma não-binário: “Se eles me perguntarem ‘como eu fiz isso?’ Vou lhe dizer isso com muita paciência e convicção.”
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Ele se formou em Jornalismo e Comunicação Social pela Universidade de La Plata (UNLP) e a instituição anunciou que concederá “o primeiro diploma não-binário” a Mel Randev Gutiérrez, que cursou todas as disciplinas da carreira e se formará como “Professore em Comunicação Social”.
“Longe de ser um evento isolado, a emissão do primeiro título não-binário é uma conquista resultante da luta coletiva e constitui um grande passo para a igualdade que a Faculdade vem trabalhando com enorme empenho”, afirmou a UNLP.
“Há palavras que consertam, há palavras que curam. Escolho hoje refletir sobre isso, pois minha primeira militância é com a palavra. Hoje me sinto orgulhose de ser quem quero ser, me sinto poderose e essas emoções que tento contagiar andam de mãos dadas com uma conquista que é minha, mas é de todes aqueles que não vivem dentro do binário”, disse Mel, emocionada em sua publicação no Instagram.
Com uma foto na faculdade, Mel expressava a grande novidade: “Este documento acadêmico chega para revolucionar a construção do saber/poder do saber. E quero compartilhar com vocês essa profunda emoção. Meu título de Professore em Comunicação Social que está a caminho, está cozinhando desde 2020, quando fiz minha última disciplina. O que não tem nome não existe, dizem por aí…”.
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Desde que fez sua última disciplina em 2020 que Mel vem lutando para obter seu diploma não-binário. Agora é receber o diploma com o título de “professore”, com o qual poderá exercer a carreira que sempre foi sua vocação.
Tanto para as autoridades universitárias quanto para Mel, trata-se de uma “política transformadora e reparadora” para refletir o compromisso que existe com a igualdade de gênero.
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“Com tudo o que a burocracia precisa desses gestos, hoje ao nomear o que a academia demorou tanto para reconhecer, com toda a violência no corpo que ainda me machuca, com as contradições que confere ser educador e precisar procedimento administrativo para poder exercer, eu quero te dizer para não ter medo e não deixar nenhum administrativo vir te dizer que NÃO É POSSÍVEL”, disse Mel.
Imagem de Capa: Instagram