“Nós não rimos porque somos felizes, somos felizes porque rimos.” – William James
Por que captamos as emoções dos outros com tanta facilidade? Parece que as emoções podem ser altamente contagiosas. Por exemplo, o riso de uma pessoa é imediatamente transferido para outra.
O motivo pode ser que emoções poderosas sincronizam a atividade cerebral de diferentes pessoas, conforme pesquisado pela Universidade Aalto da Finlândia e pelo Centro PET Turku.
Quando olhamos para outras pessoas sorrindo ou rindo, geralmente uma resposta emocional correspondente é desencadeada em nós.
Esse poderia ser um elemento básico da interação social: sincronizar um estado emocional natural compartilhado em todos os membros de um grupo, cujos cérebros processam o que experimentam no ambiente ao seu redor de maneira semelhante.
O estudo calculou a atividade cerebral em pessoas através de ressonância magnética funcional enquanto assistiam a filmes curtos e desagradáveis.
Eles descobriram que emoções poderosas e negativas sincronizavam as redes de processamento emocional dos participantes nas regiões frontal e média do cérebro, enquanto provocavam fortemente as atividades cerebrais que sustentam as redes de visão, atenção, sentido e toque.
O professor adjunto Lauri Nummenmaa, da Universidade de Aalto, dizia o seguinte:
“Compartilhar os estados emocionais dos outros fornece aos observadores uma estrutura somatossensorial e neural que facilita o entendimento das intenções e ações dos outros e permite ‘sintonizar’ ou ‘sincronizar’ com eles. Esse ajuste automático facilita a interação social e os processos de grupo. Os resultados têm implicações importantes para os atuais modelos neurais de emoções humanas e comportamento de grupo, mas também aprofundam nossa compreensão dos transtornos mentais que envolvem processamento socioemocional anormal.”
Riso contagioso
Talvez a pesquisa possa ser comparada a outro estudo da University College (UCL) e da Imperial College London, que revelou um possível mecanismo de riso contagioso. Sons positivos, como risos, provocam uma ativação na área do cérebro como se estivesse preparando os músculos faciais para rir.
Pesquisadora sênior do Instituto de Neurociência Cognitiva, Dra. Sophie Scott disse o seguinte:
“Parece absolutamente verdade que ‘ria e o mundo inteiro ri com você’. Já sabemos há algum tempo que, quando conversamos com alguém, geralmente refletimos seu comportamento, copiando as palavras que eles usam e imitando seus gestos. Agora mostramos que o mesmo também se aplica ao riso – pelo menos no nível do cérebro.”
Os participantes do teste ouviram diferentes sons enquanto mediam suas respostas cerebrais através da ressonância magnética. Alguns dos sons foram positivos, por exemplo, os sons de riso ou triunfo. Outros foram negativos, como vomitar ou gritar.
Todos os sons desencadearam uma resposta na região cortical pré-motora do cérebro, que prepara os músculos faciais para responder de acordo. No entanto, as pessoas responderam mais a sons positivos, revelando que estes eram de fato mais contagiosos do que os negativos.
Os pesquisadores acreditam que isso explica por que reagimos a rir e torcer com um sorriso involuntário.
Sophie Scott declarou:
“Geralmente encontramos emoções positivas, como risos ou aplausos, em situações de grupo, seja assistindo a um programa de comédia com a família ou a um jogo de futebol com os amigos. Essa resposta no cérebro, preparando-nos automaticamente para sorrir ou rir, fornece uma maneira de espelhar o comportamento dos outros, algo que nos ajuda a interagir socialmente. Pode desempenhar um papel importante na construção de fortes laços entre indivíduos de um grupo.”
Por: Kris Di no I Heart Intelligence
Traduzido e Adaptado por: Equipe Ideias Nutritivas
Imagem de Capa: Caroline Hernandez no Unsplash