No mundo todo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 1 bilhão de adultos estão com sobrepeso, e destes, 475 milhões são obesos. Apesar de ser estigmatizada, a obesidade não é desleixo ou vontade própria de ser obeso, mas sim uma doença multifatorial complexa.
Na sociedade ocidental, o número de adultos obesos vem aumentando e a principal causa é o estilo de vida sedentário e a comida em excesso, com alto consumo de refrigerantes, fast food e alimentos hiperpalatáveis, que ativam os centros de recompensa levando consequentemente a uma alimentação compulsiva e viciante.
Um estudo realizado pela Universidade de Iowa e publicado pela Frontiers in Psychology mostra como o humor, o estado emocional e comportamentos alimentares influenciam no peso corporal.
Através da comida ocorre uma sensação de gratificação natural que levam à produção de dopamina, que ativa os centros de recompensa e prazer no cérebro.
Uma pessoa comerá repetidamente um determinado alimento para ter esse sentimento positivo de gratificação, e esse tipo de comportamento leva à ativação das vias de recompensa do cérebro que, eventualmente, anulam outros sinais de saciedade e fome, levando à alimentação excessiva e à obesidade mórbida.
A alimentação emocional e a alteração do humor também podem atuar na escolha e ingestão de alimentos. A interação entre humor, estado emocional e comportamentos alimentares é complexa e existe a hipótese de que as emoções e humor são reguladas pelas escolhas e quantidades de alimentos.
Alguns alimentos tendem a ser preferidos em determinadas condições psicológicas devido ao quanto esses alimentos influenciam na atividade dos centros de recompensa do cérebro.
Esse resultado pode causar aumento do apetite, levando à obesidade. Curiosamente, alimentos altamente palatáveis ativam as mesmas regiões do cérebro de recompensa e prazer que são ativas na dependência de drogas, sugerindo um mecanismo de dependência alimentar.
Os transtornos do humor como a depressão e ansiedade são comorbidades da obesidade e os indivíduos obesos têm maior risco de desenvolver depressão. Essas condições, afetam a escolha dos alimentos e o metabolismo energético, criando um caminho de preferência aos “alimentos de conforto” como um meio de aliviar seus sentimentos negativos.
Essas descobertas sugerem que o consumo prolongado de alimentos reconfortantes, ricos em carboidratos, gorduras e açúcar, favorece estados emocionais negativos e potencializa o estresse que leva a ciclos repetitivos contínuos de comer demais, ganho de peso e humor deprimido.
Muitas pessoas acham difícil parar de comer um determinado alimento, apesar de muitas vezes nem estarem com fome. Esses comportamento excessivo ativa o centro de recompensa e altera a estrutura do cérebro.
É de longe falta de força de vontade. É preciso entender que a alimentação excessiva é um ciclo vicioso muito complexo e esse estudo forneceu descobertas convincentes sobre a natureza viciante dos alimentos e por consequência: a obesidade.
O que uma pessoa obesa tem que fazer? Buscar ajuda profissional. Uma nutricionista e até mesmo um psicólogo são essenciais para superar essa doença.
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