Nós simplesmente somos obcecados por sal. Mesmo com todas as advertência e informações, estamos consumindo muito dele e por consequência, prejudicando nossa saúde. Mas um argumento do inverso está gerando dúvidas sobre questões que permaneceram sem resposta sobre nosso tempero favorito.
O sódio, o micronutriente encontrado no sal, é essencial para o nosso corpo manter o equilíbrio geral de fluidos, transportar oxigênio e nutrientes e permitir que nossos nervos pulsem com eletricidade.
Mas a alimentação mundial – em especial a ocidental – tem historicamente ingerido mais sal do que a quantidade recomendada, e os profissionais de saúde em todo o mundo tem tido uma tarefa difícil para nos convencer a mudar nossos hábitos e reduzir o consumo de sal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sal não ultrapasse 5g por dia — ou 2g de sódio, o mineral que compõe o sal. Só os brasileiros, ingerem quase o dobro disso.
Cerca de 1/4 de nossa ingestão diária vem do sal que adicionamos à comida – o resto está escondido nos alimentos que compramos, incluindo pão, molhos, sopas e até produtos doces.
Nosso corpo retêm água quando comemos sal, aumentando a pressão arterial até que nossos rins o elimine. Muito sal por um longo período de tempo pode colocar pressão sobre nossas artérias e levar a uma pressão alta prolongada, conhecida como hipertensão, que causa 62% de todos os derrames e 49% dos eventos de doença cardíaca coronária, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Como você pode esperar, cortar a ingestão de sal seria a solução de todos esses problemas.
Em um estudo, os pesquisadores descobriram que reduzir a ingestão de sal em 1,4g por dia provavelmente contribuiu para uma queda na pressão arterial – o que por sua vez contribuiu ao declínio de 42% nos acidentes vasculares cerebrais fatais e na queda de 40% nas mortes relacionadas com doenças cardíacas.
Mas os pesquisadores também concluíram que aqueles que estão mais conscientes de sua ingestão de sal têm maior probabilidade de comer de maneira mais saudável, fazer mais exercícios, fumar e beber menos.
A sensibilidade ao sal também varia de pessoa para pessoa, dependendo da etnia, idade, índice de massa corporal, saúde e histórico familiar de hipertensão.
Porém, alguns cientistas não concordam em tanta redução e estão argumentando que uma dieta pobre em sal é um fator de risco para o desenvolvimento de pressão alta tanto quanto o consumo elevado de sal.
O nível ideal mesmo é estar dentro da recomendação, pois o sódio é um nutriente essencial, onde em níveis altos você tem toxicidade e em níveis baixos você tem deficiência.
Porém, poucas pessoas consumem níveis de sal abaixo de 3g. São fortes as evidências de que a redução da ingestão de sal em pessoas com hipertensão reduz a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas. E consumir menos que 3g, é considerado um nível em que algumas pesquisas consideram perigosamente baixos.
De qualquer forma devemos estar atentos ao sal escondido nos diversos alimentos, em vez de tentar evitá-los totalmente. Muito sal é realmente ruim, mas não o elimine completamente de sua dieta.
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