Um novo estudo publicado na medRxiv descobriu que os sintomas apresentados pela COVID-19 são divididos em seis “grupos” diferentes, e essa classificação pode ajudar a prever quais os pacientes tem potencial risco de desenvolver formas mais graves da doença.
Para o realizar esse estudo, os pesquisadores usaram um algoritmo de aprendizado de máquina e inicialmente realizaram testes com 1.653 pacientes que confirmaram positivo para COVID-19 e através do aplicativo de saúde Zoe registravam os seus sintomas.
Posteriormente, os investigadores testaram mais 1.047 pacientes nos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia, que também indicavam seus sintomas no aplicativo.
O estudo conseguiu identificar seis grupos de sintomas:
Grupo 1 (“gripal” sem febre):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- dores musculares,
- tosse,
- dor de garganta,
- dor no peito, sem febre.
Grupo 2 (“gripal” com febre):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- tosse,
- dor de garganta,
- rouquidão,
- febre,
- perda de apetite.
Grupo 3 (gastrointestinal):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- diarréia,
- dor de garganta,
- dor no peito, sem tosse.
Grupo 4 (nível grave um, fadiga):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- tosse, febre,
- rouquidão,
- dor no peito,
- fadiga.
Grupo 5 (nível grave dois, confusão):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- tosse,
- febre,
- rouquidão,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- fadiga,
- confusão,
- dor muscular.
Grupo 6 (nível grave três, abdominal e respiratório):
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- tosse,
- febre,
- rouquidão,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- fadiga,
- confusão,
- dor muscular,
- falta de ar,
- diarréia,
- dor abdominal.
Os dados coletados dos usuários pelo aplicativo mostram que as pessoas podem apresentar muito mais sintomas diferentes.
Também foi analisado quais grupos de pacientes eram mais propensos a necessitar de ventiladores ou oxigênio suplementar e descobriram que os pacientes dos grupos 6, 5 e 4 (com chance de 19,8%, 9,9% e 8,6% respectivamente) precisavam de maior suporte respiratório.
Os outros grupos apresentaram probabilidade muito menor, sendo 1,5% das pessoas do grupo 1, 4,4% das pessoas do grupo 2 e 3,7% das pessoas do grupo 3.
Esses resultados indicam que é possível identificar e monitorar pacientes de risco e assim prever dias antes os recursos médicos necessários.
Os pacientes que se enquadram no grupo 5 ou 6, no 5º dia da doença têm um risco significativo de hospitalização com necessidade de suporte respiratório e poderia utilizar de um equipamento de oximetria de pulso em casa com acompanhamento médico a distância, com telefonemas diários, garantindo que a assistência hospitalar ocorra no ponto apropriado no curso de sua doença.
Ainda é preciso mais pesquisas, mas identificar esses seis grupos pode ajudar os médicos a rastrear os pacientes que possuem maior probabilidade de serem severamente afetados.
Um aplicativo como este, pode tanto ajudar os pacientes a procurar atendimento mais cedo se eles apresentarem os sintomas das categorias de alto risco, como também reduzir a ansiedade de quem está no grupo de baixo risco.
Com o avanço da medicina virtual, os aplicativos de saúde são uma excelente alternativa para ajudar os pacientes e profissionais da saúde a coletar informações sobre a condição de saúde, proporcionando segurança, economizando tempo e recursos.
Imagem de Capa: Gerd Altmann no Pixabay