O assistente social Pablo Fracchia dedicou sua vida a ajudar e intervir em desastres e crises humanitárias mas decidiu deixar tudo para trás para criar Mia, uma bebê que sobreviveu à morte aos quatro dias de vida e passou um ano sem família vivendo em um hospital em La Plata, na Argentina.
Pablo, de 37 anos, formou sua família monoparental com Mia, ou seja, este homem decidiu ser pai solteiro, sem o enquadramento de um casal.
Pablo se tornou bombeiro voluntário já aos 15 anos e aos 16 conheceu o trabalho da Cruz Vermelha. Sempre teve o sonho de ser pai, mas ao mesmo tempo via que os gays nem sempre tinham essa oportunidade, e um dos obstáculos para se assumir era supor que ele teria que desistir desse sonho.
Também havia o preço de abrir mão de uma vida pessoal com viagens para ajudar os outros. Mesmo assim, inscreveu-se no Juizado de Família, mas acreditando que sendo solteiro e gay seria o último da lista.
Após dois anos de muita ansiedade e de espera por algo que você não sabe se vai chegar, chegou o início de uma grande mudança em sua vida.
Em outubro de 2019 o telefone tocou: era uma menina de um ano e 10 meses que estava internada no hospital há um ano. O bebê sobreviveu a uma perfuração intestinal quando recém-nascido, fez uma colostomia, foi submetido a uma segunda cirurgia e ninguém de sua família biológica estava em posição de cuidar dela.
Após as entrevistas, veio a grande notícia do secretário do tribunal avisando que ele havia sido escolhido.
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“Quando a conheci, ela não andava nem falava. Descobri que ela quase morreu em uma das cirurgias e que passou todo o pós-operatório sozinha.”
“Lá eu entendi o que o juiz me disse: ‘Nós escolhemos você porque sentimos que Mia precisava de alguém para abraçá-la por um ano inteiro.’ E é isso que eu faço desde aquele dia, abraçá-la. Agora ela anda, fala, dança, brinca. Ela descobriu que pode descansar porque tem outro que a protege ”, diz Pablo.
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Imagem de Capa: Instagram